terça-feira, 3 de janeiro de 2017

ANOMALIAS DENTÁRIAS HIPERPLASIANTES


Origem por:

- Fatores Sistêmicos: variação nutricional, intoxicação. 

- Fatores Locais: infecção, traumatismo. 

As anomalias hiperplasiantes apresentam: alteração estrutural, morfológica e/ou funcional. 

  • HIPERDONTIA (Dentes Supranumerários): 
    * Qualquer dente que exceda o número normal em ambas as dentições. 

    * 1% da população, 2:1 (H:M) 

    * Quando o dente extranumerário possui anatomia semelhante aos dentes do grupo -> EUMORFOS 

    * Quando o dente extranumerário possui anatomia anormal -> DISMORFOS

     * O número e o local são variáveis, sendo menos comum na dentição decídua e quando nela ocorrer, comum da região de Incisivos Superiores. 

    * Na dentição permanente é mais comum em região ânterosuperior sendo mais encontrado o mesiodens, um incisivo supranumerário superior (MAXILA) localizado na linha média, sendo mais comum ele ser pequeno, dismorfo e conóide. Quando erupciona, esse dente causa más posições dentárias ou até mesmo impede a erupção correta dos permanentes, além de propiciar uma estética desagradável.  

    * O segundo tipo mais comum é o quarto molar, também conhecido como distomolar ou paramolar. É mais frequente em maxila, porém não é comum ser bilateral, sendo na maioria das vezes encontrado sendo dismorfo. 

    * Outro tipo comum é os terceiros pré molares inferiores, geralmente eumorfos, bilaterais e não irrompidos. 

    * Em pacientes portadores de fissuras lábio-palatinas, esse tipo de anomalia é muito comum. 

    * Etiologia: controversa, pois existem várias hipóteses como atavismo, hiperatividade da lâmina dentária, diferenciação do germe dentário normal e atividade dos restos da lâmina dentária.  

Mesiodens dismorfo na região de palato duro.

  • DENTES NATAIS E NEONATAIS

    * Dentes natais: são dentes presentes na boca no momento do nascimento.

    * Dentes neonatais: dentes que aparecem na boca no primeiro mês de vida.

    * Dentes Natais ocorrem em 1:1000 e o Neonatais 1:30000 nascimentos.

    * 80 a 90% dos casos: região de incisivos inferiores, mas podem aparecer na região de primeiros pré-molares e caninos inferiores.

    * Raramente afetam a maxila

    * Radiograficamente: fina camada de esmalte e dentina presa à boca apenas pela gengiva, ou seja, com grande mobilidade atrapalhando assim a amamentação.

    * 5% dos casos são de dentes supranumerários

    * 95% dos casos são de dentes decíduos.
  • RAÍZES SUPRANUMERÁRIAS 
    * Nada mais são do que raízes além do número normal que a anatomia dental pré-determina.

    * Seu diagnóstico é essencial para obter sucesso e evitar possíveis complicações em tratamentos endodontico e cirúrgicos.

    * Podem ser eumorfas ou dismorfas.

    * Quando dismorfas -> do tipo apendiciforme -> tamanho e posição dificultam sua identificação radiográfica.

    * Os dentes posteriores, principalmente molares, são os mais comuns.

    * Do grupo dos pré-molares, os uni radiculados são os mais afetados.

    * Em dentes anteriores, incisivos e caninos inferiores são os mais acometidos passando a ter uma raiz vestibular e outra lingual.  

Raiz supranumerário do dente 33

  • CÚSPIDES SUPRANUMERÁRIAS

    * São achados relativamente comuns

    * Sua presença é atribuída a uma manifestação de atavismo

    * Forma e tamanho muito variável

    * As mais comumente encontradas: cíngulos proeminentes que ocorrem em incisivos e caninos superiores. 
Cúspide de Carabelli em segundo molar superior direito.

 
  • PÉROLAS DE ESMALTE

    * Ilhotas de esmalte, redondas ou ovais, localizadas na superfície radicular dos molares e mais raramente dos prémolares.

    * Maioria -> próximas à junção amelocementária ou na bi/trifurcação radicular.

    * Dificilmente ultrapassam 2 mm de diâmetro, e por isso as vezes não são notadas radiograficamente. 
 


  • FUSÃO DENTÁRIA

    * União de dois dentes normais durante sua formação, através do esmalte e/ou dentina, podendo ser total ou parcial.

    * Apresenta canais radiculares individualizados

    * Os mais afetados são: incisivos e caninos decíduos; incisivos permanentes; terceiro e segundo molar.

    * Também é comum correr entre raízes de um mesmo dente 
 
Fusão dentária no dente 11. 
  • GEMINAÇÃO DENTÁRIA

    * Caracterizada por um aumento da distância mésio-distal do dente envolvido em virtude da tentativa do germe em dar origem a outro dente, provavelmente supranumerário.

    * Os canais radiculares, nesse caso, estão em números normais, porém apresentam-se alargados.

    * Ocorre principalmente em incisivos e caninos decíduos e incisivos permanentes. 
Geminação dentária

  • CONCRESCÊNCIA DENTÁRIA

    * União de dois dentes normais, após sua formação completa, através do cemento (antes ou depois da erupção).

    * Apresenta canais radiculares individualizados.

    * Ocorrem principalmente em incisivos permanentes inferiores e segundo/terceiro molares.

    * A inter-radicular é bastante comum em dentes multirradiculares superiores, sendo principalmente no terço apical. 
 
Concrescência Dentária

  • MACRODONTIA

    * Aumento do volume dental

    * Ligada ao hiperpituitarismo, hemihipertrofia facial, distúrbios no desenvolvimento, hereditariedade cruzada ou LOCALIZADA.

    * Macrodontia eumórfica do 35/45 
Macrodontia.

  • TAURODONTISMO

    * Caracterizado pelo aumento ocluso-apical da câmara pulpar dos molares e pré-molares, resultando em uma forma dental prismática semelhante ao “dente de touro”.

    * Variável, sendo classificado em hipo, meso ou hipertaurodontismo.

    * Pode ser uni ou bilateral, podendo afetar apenas um dente

    * Etiologia: relacionada a hereditariedade, atavismo ou uma deficiência odontoblástica ou da bainha de Hertwig, durante a rizogênese.

    * Aspecto radiográfico típico, com diminuição do comprimento das raízes.  
  
Taurodontismo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

>> Neville, ed 2016.
>> Indian Journal of Oral Sciences
>> @Odontudo
>> @OdontologiaPreventiva
>> Profissão Dentista
>> Doutíssima

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

CISTOS ODONTOGÊNICOS - O QUE SÃO? QUAIS OS TIPOS? COMO DIFERENCIAR?

Bom, primeiro vamos definir o que é, não é mesmo? Então a melhor definição para eles é que são cistos resultantes da proliferação de remanescentes epiteliais associados à formação dos dentes. O epitélio presente em cada um dos cistos odontogênicos é derivado de uma das seguintes fontes: lâmina dentária, órgão do esmalte e de bainha de Hertwig. 

Agora, como saber qual é? Como diferenciar? Como tratar? Segue abaixo um mega resumo sobre isso:

CISTO DENTÍGERO

* Ou cisto folicular 

* Sua origem é pela separação do folículo que circunda a coroa de um dente NÃO ERUPCIONADO e é considerado o tipo mais comum de cisto odontogênico de desenvolvimento, porém pode ser de origem inflamatória. 

* Envolve a coroa de um dente incluso e está aderido ao dente em sua junção amelocementária. 

* Sua patogênese é incerta, porém aparentemente se desenvolver a partir do acúmulo de fluido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente. 

>> Características Clínicas e Radiológicas: 

* Acomete mais frequentemente molares inferiores (65%), mas também é frequente em caninos superiores, terceiros molares superiores e segundo pré-molares inferiores. 

* Raro acometer dente decíduo não erupcionado. 

* Mais comum em pacientes entre 10 e 30 anos. 

* Leve predileção por homens leucodermas. 

* Assintomáticos e descobertos normalmente em exames radiográficos de rotina. 

* Podem estar associados a expansões ósseas dolorosas. 

* Os cistos podem estar infectados e associados a aumento de volume e dor. 

* Radiograficamente vemos uma área radiolúcida unilocular, com margens radiopacas bem definidas, associada À coroa de um dente incluso. Porém, quando infectado, pode apresentar margens pouco definidas. 

>> Variantes na relação cisto-coroa:

1. Central: é a mais comum, onde o cisto circunda a coroa de um dente e a coroa se projeta para dentro do cisto. 

2. Lateral: geralmente está associada a um terceiro molar inferior impactado com inclinação mesioangular parcialmente erupcionado. O nome se dá pelo fato do cisto crescer lateralmente ao longo da superfície radicular e circundando parcialmente a coroa do dente. 

3. Circunferencial: Nessa, o cisto envolve a coroa e estende-se por uma determinada distância ao longo da raiz, com isso uma parte da raiz aparente se encontra dentro do cisto. 

* Raramente dentes posteriores são deslocados, porém dentes anteriores podem vir a se deslocar para cavidade nasal, seio maxilar ou até mesmo para o assoalho da órbita
* Para que seja cisto odontogênico, alguns estudiosos apostam que o espaço radiolúcido que circunda a coroa de um dente deve ser em torno de 3 a 4 mm de diâmetro. Porém, achados radiográficos não servem para diagnóstico definitivo. 

>> Características Histopatológicas: 

* Variam, pois depende se o cisto está inflamado ou não. 

- Cisto Dentígero Não Inflamado: 

1. Apresenta o tecido conjuntivo fibroso da parede cística organizado frouxamente e contendo substâncias compostas de glicosaminoglicanos. 
2. podem apresentar na cápsula fibrosa pequenas ilhas ou cordões de restos epiteliais odontogênicos com aspecto inativo. 
3. O revestimento epitelial consiste em duas a quatro camadas de células achatadas não queratinizadas e a interface entre o epitélio e o conjuntivo é plana. 

- Cisto Dentígero Inflamado: 

1. A parede fibrosa da cavidade cística possui mais colágeno, apresentando assim uma variação de infiltrado de inflamatório crônico. 

2. A camada epitelial pode apresentar quantidade variável de hiperplasia com desenvolvimento de cristas epiteliais e características escamosas mais definidas. 

3. Pode ter áreas focais de células mucosas na camada epitelial. 

4. É raro encontrar células colunares 

5. Raramente encontram-se, dentro da parede cística, ninhos de células sebáceas. 

6. Exame macroscópico pode revelar uma ou muitas áreas de espessamento na superfície do lúmen. 

>> Tratamento e Prognóstico: 

* Enucleação cuidadosa do cisto junto com a remoção do dente não erupcionado. Caso a erupção do dente seja considerada possível, após a remoção parcial da parede cística, posiciona-se o dente corretamente para erupcionar, podendo ser necessário tratamento ortodôntico para ajudar. 

* Masupialização em casos de cistos grandes, permitindo a descompressão  que terá como resultado a redução do defeito ósseo. 

* Prognóstico é excelente. 

* Recidiva é rara após a remoção completa do cisto. 

* Problemas: pode sofrer uma transformação neoplásica para ameloblastoma, carcinoma epidermoide ou mucoepidermoides intraósseos. 




CISTO DE ERUPÇÃO 

* Ou Hematoma de erupção 

* É considerado como análogo do cisto dentígero, porém de tecido mole. 

* Desenvolve-se a partir do resultado da separação do folículo dentário que envolver a coroa de um dente em erupção que está recoberto pelos tecidos moles do osso alveolar subjacente. 

>> Características Clínicas: 

* Pequeno aumento de volume, muitas vezes translúcido na mucosa gengival que se sobrepõe a coroa de um dente decíduo ou dente permanente em estágio de erupção. 

* A maioria é observada em crianças com menos de 10 anos. 

* Mais comum em incisivos centrais inferiores decíduos, primeiros molares permanentes e incisivos superiores decíduos.  

* Pode ter aspecto azulado a marrom-arroxeada resultado de acumulo de sangue na cavidade cístico oriunda de um trauma na região (hematomas de erupção). 



>> Características Histopatológicas: 

* Exibem epitélio oral de superfície na porção superior. 

* Apresentam lamina própria com infiltrado inflamatório variável. 

* A porção profunda do espécime, que representa o teto do cisto, mostra uma fina camada de epitélio pavimentoso não queratinizado. 

>> Tratamento e Prognóstico: 

* Pode não ser necessário tratamento, uma vez que, o cisto em geral se rompe de forma espontânea permitindo a erupção normal do dente. 

* Se não se romper, é feito uma simples incisão no teto do cisto permitindo assim a erupção do dente. 

CERATOCISTO ODONTOGÊNICO

* Ou tumor odontogênico queratocisto. 

* Possui mecanismo de crescimento e comportamento biológico distinto dos demais, uma vez que seu crescimento pode estar relacionado a fatores genéticos ou atividade enzimática na parede fibrosa do cisto, diferente dos demais onde se acredita que crescem por pressão osmótica. 

* Surge dos restos celulares da lâmina dentária. 

* Apresentam maior expressão do antígeno nuclear de proliferação celular (PCNA) e ki-67, especialmente na camada suprabasal. 

* São importante por três razões: 

1. Possuem grande potencial de crescimento comparado aos demais cistos odontogênicos. 

2. Alto índice de recidiva 

3. Possível associação com a síndrome do carcinoma nevoide basocelular. 

>> Características Clínicas e Radiográficas: 

* Pacientes com idade variável, mas cerca de 60% dos casos são diagnosticados entre 10 e 40 anos. 

* Predileção por homens. 

* Predileção por mandíbula (60-80%), com maior tendência para o corpo posterior e o ramo. 

* Quando pequenos são assintomáticos e normalmente descobertos pode exame radiográfico de rotina. 

* Quando grandes, podem estar associados a dor – aumento de volume – drenagem de secreção, porém podem também ser assintomáticos. 

* Tendem a crescer em direção Antero-posterior dentro da cavidade medular óssea, sem causar expansão óssea. 

* Exibem uma área radiolúcida, com margens radiopacas regulares e bem definidas. 

* Lesões grandes podem se apresentar multioculadas. 

* Reabsorção radicular de dentes adjacentes é menos comum. 

* Seu diagnóstico se baseia nas características histopatológicas. 



>> Características Histopatológicas: 

* Exibe uma cápsula delgada, friável, que muitas vezes provoca dificuldade em ser enucleada do osso em uma peça única. 

* O lúmen cístico pode conter líquido claro semelhante ao transudato seroso ou pode estar preenchido por material caseoso, que ao exame microscópico, consiste em lâminas de queratina. 

* A parede fibrosa é desprovida de infiltrados inflamatórios significativa. 

* O revestimento epitelial é composto por uma camada uniforme de epitélio pavimentoso estratificado, com seis a oito células de espessura. 

* O epitélio e a interface com o conjuntivo costumam ser planos e a formação de cristas epiteliais é imperceptível. 

* Pode ser comum observar desprendimento epitelial dentro da cápsula fibrosa. 

* A superfície luminal apresenta células epiteliais paraqueratinizadas achatadas com aspecto ondulado ou corrugado. 

* Camada basal epitelial composta por uma camada em paliçada de células epiteliais cuboidais ou colunares que frequentemente são hipercromáticas. 

* Na cápsula podemos encontrar pequenos cistos, cordões ou ilhas satélites de epitélio odontogênico (7-26%). 

* Se tiver alterações inflamatórias -> a superfície luminal paraqueratinizada pode desaparecer e o epitélio pode proliferar aparecendo assim às cristas epiteliais com perda do aspecto em paliçada. 

>> Tratamento e Prognóstico: 

* Enucleação ou curetagem 

* Tendência de recidiva pós tratamento (5-62%) -> região posterior de mandíbula -> em até 10 anos -> importante realizar acompanhamento clínico e radiográfico por longo tempo. 

* Osteoctomia periférica para diminuir o número de recidivas -> broca esférica para osso. 

* Cauterização química com solução de Carnoy. 

* Descompressão com dreno de polieteno. 

* Prognóstico na maioria das vezes é bom. 

CISTO GENGIVAL DO RECÉM NASCIDO 

* Ou cisto alveolar do recém-nascido 

* Pequenos, superficiais, preenchido de queratina, encontrados na mucosa alveolar de crianças. 

* Se originam de remanescentes da lâmina dentária 

* Comuns e desaparecem de maneira espontânea através do seu rompimento na cavidade oral. 

>> Características Clínicas: 

* Surgem como múltiplas pequenas pápulas esbranquiçadas na mucosa que recobre o processo alveolar dos neonatos, que medem aproximadamente entre 2 e 3 mm de diâmetro. 

* Rebordo alveolar superior > inferior. 

>> Características Histopatológicas: 

* Revestimento epitelial delgado e achatado, com uma superfície luminal de paraqueratina. 

* Lúmen com restos de queratina. 

>> Tratamento e Prognóstico: 

* Não é indicado nenhum tratamento. 

* Raramente são observadas após os três meses de idade. 

CISTO GENGIVAL DO ADULTO

* É uma lesão incomum 

* Derivados dos restos da lâmina dentária (resto de serres). 

>> Características Clínicas: 

* Predileção pela região de caninos e pré-molares inferiores (6075%). 

* Mais comum em pacientes de quinta a sexta década de vida. 

* Localizados na gengiva vestibular ou em mucosa alveolar. 

* Quando em maxila, geralmente são encontrados na região de incisivos, caninos e pré-molares. 

* Nódulo indolor em forma de cúpula, com menos de 0,5 cm de diâmetro. 

* Coloração azulada ou cinza-azulada. 

* Pode causar “reabsorção em taça” superficial do osso alveolar o que não se detecta na radiografia. 



>> Características Histopatológicas: 

* Revestimento epitelial delgado e achatado, com ou sem placas focais que contêm células claras. 

* Pequenos ninhos de células claras ricas em glicogênio representam restos da lâmina dentária em tecido conjuntivo circunjacente. 

* Revestimento cístico, as vezes, é tão fino que pode vir a ser confundido com revestimento endotelial de vasos sanguíneos dilatados. 

>> Tratamento e Prognóstico: 

* Excisão cirúrgica, 

* Prognóstico excelente. 


Até a próxima pessoal ;)




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

ISOLAMENTO ABSOLUTO - GRAMPOS, MODO DE FAZER E MUITAS OUTRAS COISAS

 ISOLAMENTO

O isolamento do campo de trabalho é muito importante na realização eficaz dos procedimentos, principalmente de uma restauração por ser necessário que o campo esteja totalmente seco para que tenha uma durabilidade boa. Ele pode ser classificado em dois tipos: o Absoluto e o Relativo.

O Isolamento Absoluto utiliza para proteção um dique de borracha, mais conhecido por lençol de borracha, de cor azul normalmente e precisa de outras instrumentais para sua realização, como por exemplo: perfurador de ainsworth, pinça porta grampo, arco metálico de young, grampos (os quais detalharemos mais abaixo), lubrificante (para auxiliar a passagem do dente pela perfuração do lençol), e outros caso necessário.

                        

Esse tipo de Isolamento apresenta algumas vantagens, como por exemplo:

  • Mantém o espaço de trabalho totalmente seco e livre de infecções
  • Melhora a visibilidade
  • Protege tecidos moles
  • Melhor o acesso ao dente
  • Protege o paciente da deglutição de material
  • Aumenta a produtividade do Cirurgião Dentista

Porém apresenta algumas limitações, uma vez que não pode ser realizado em dentes recém erupcionados, pacientes com problemas respiratórios, entre outros.

O perfurador de Ainsworth é utilizado para fazer as perfurações no lençol de borracha, onde o dente irá "passar". Para isso, esse instrumental contém 5 tamanhos diferentes, sendo do menor para o maior, utilizado para incisivos inferiores, dentes anteriores superiores e canino inferiores, pré molares, molares e o maior usado para o dente que receberá o grampo. 

Perfurador de Ainsworth

Os grampos, por sua vez, recebem diferentes numerações e indicações para quais dentes são, por exemplo:
  • Grampo 200 a 205 -> Indicado para molares
  • Grampo 206 a 209 -> Indicado para pré molares
  • Grampo 26 e 28 -> Indicado para molares que apresentem pouca retenção
  • Grampo 212 -> Indicado quando há retração gengival
  • Grampo 200 a 212 -> Indicado para dentes anteriores
  • W8A -> Indicado para molares parcialmente erupcionados
  • Grampo 204 -> tem aletas e por isso pode ser colocado em conjunto (grampo + lençol + arco)
  • Grampo 206 -> não tem aletas, e por isso deve ser colocado antes do lençol e do arco.

Regra: 

  • Para dentes anteriores, devemos isolar de pré molar direito a pré molar esquerdo.
  • Para dentes posteriores, deve-se isolar dois dentes que esteja a distal do dente que será tratado (quando possível) e todos os dentes até o canino do lado oposto.
Passo a Passo:
  1. Marque no lençol de borracha, com o auxilio de uma caneta de retroprojetor, os dentes que serão isolados.
  2. Utilize o perfurador para perfurar as marcações realizadas.
  3. Após perfurado, lubrifique os orifícios com o auxilio do lubrificantes que deve ser hidrossolúvel.
  4. Selecione o grampo indicado e teste-o, sempre tomando cuidado para não machucar tecido mole.
  5. Verifique os pontos de contato e regularize as cristas marginais, certificando que o lençol passe por esses pontos sem rasgar.
  6. Coloque o lençol de borracha, grampo e arco (esse passo depende de qual grampo será usado, pois existem diferentes técnicas).
  7. Com o fio dental, certifique-se que o lençol tenha passado por todas as áreas dos dentes a serem isolados.
  8. Faça amarrias com o fio dental, entre os dentes isolados, para estabilizar o lençol e impedir a drenagem de saliva.
* Atenção: a remoção deve ser feita cuidadosamente e indica-se que o CD amarre um pedaço de fio dental ao grampo para fixar ele ao arco, uma vez que isso evita que o mesmo "pule" em direção ao chão ou até mesmo aos olhos do profissional.

Agora um vídeo bem legal para aplicar o conhecimento <3 



Fonte: pdentista, ufrn dentística.


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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

HIPOGLICEMIA - O QUE FAZER EM CASOS DE COMPLICAÇÕES?

HIPOGLICEMIA

Todos sabem o que é hipoglicemia, mas o que nem todos sabem é: o que fazer se ao atender um paciente nesse quadro, houver alguma complicação? Então, aqui vai a conduta considerada "CERTA" pelo manual de suporte básico de vida:


  • O que devemos fazer se o diabético estiver com hipoglicemia?  
    Deve-se dar açúcar para ele na tentativa de normalizar o quadro.

  • Qual a etiologia?
    A etiologia pode estar ligada a diversos fatores, como por exemplo: déficit alimentar/jejum, sobredose de insulina (tipo 1), esforço físico exagerado, uso de medicamentos. 

  • Qual a sintomatologia apresentada?
    Ansiedade, nervosismo, taquicardia, sudorese, palidez, frio, midríase, sialorréia, náusea, vômito, desconforto abdominal (borborigmo). 

  • Qual a sintomatologia que caracteriza um quadro severo de hipoglicemia?
    O paciente irá apresentar os seguintes sintomas e sinais: humor alterado (choro, irritabilidade, depressão), letargia, sono, tontura, cefaleia, olhar fixo, visão dupla, visão embaraçada, dificuldade de fala, falta de coordenação motora, convulsão, dispneia, parestesia, coma.

  • CONDUTA PARA O PACIENTE QUE ESTIVER LÚCIDO ORIENTADO E CONSCIENTE (LOC):

    1. Remover todo o material da boca
    2. Administrar carboidrato (via oral)
    3. Manter sob observação
    4. Dispensar com acompanhante
    5. Solicitar investigação

  • CONDUTA PARA O PACIENTE NÃO RESPONSIVO:

    1. Chame um serviço especializado
    2. Deite o paciente de costas (compressão torácica), com os pés elevados.
    3. Verifique os sinais vitais (C.A.B.) em até 10 segundos
    4. Administrar açúcar líquido por sublingual, tendo o cuidado do mesmo não se afogar.
    5. Administrar glicose 25% por via endovenosa
    6. Monitorizar os sinais vitais a cada 5 minutos enquanto aguarda por socorro
    7. Dispense o paciente sob cuidado médico
    8. Investigue as causas da hipoglicemia para evitar recorrência. 

Agora estamos todos aptos a realizar a conduta correta frente a um paciente com hipoglicemia, certo? Então até a próxima ;)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

MATERIAIS DENTÁRIOS - MATERIAIS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR

MATERIAIS DE PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR

O conjunto esmalte-dentina são os responsáveis por realizar a proteção biológica da polpa, além de se protegerem de forma mútua. O esmalte, por ser duro e impermeável, tem como função a proteção da dentina, que é permeável e pouco resistente. Essa por sua vez, protege o esmalte devido sua capacidade de resiliência. Já a polpa dentária é totalmente diferente, pois é um tecido conjuntivo altamente diferenciado, muito vascularizado e inervado, sendo sua principal característica a produção de dentina frente a injúrias, sendo essa uma reação efetiva de defesa do organismo, pois sua vitalidade é essencial e por isso temos que as proteções desse complexo. 

As proteções consistem da aplicação de um ou mais agentes protetores, tanto em dentina como também em polpa já exposta, com o objetivo de manter ou até mesmo recuperar a vitalidade desses órgãos. Alguns fatores devem ser considerados na hora de escolher o material restaurador, como por exemplo: idade do paciente, condição pulpar e profundidade da cavidade. Existem duas técnicas distintas que são usadas na proteção, sendo as DIRETAS E INDIRETAS

  • As proteções pulpares DIRETAS caracterizam-se pela aplicação de uma agente protetor diretamente sobre o tecido pulpar exposto, estimulando o desenvolvimento de nova dentina para que haja uma eficaz proteção da polpa frente a irritações.
  • As proteções pulpares INDIRETAS são aquelas em que realiza-se a aplicação de agente seladores, forradores e/ou bases para proteção nas paredes cavitárias com o objetivo de garantir a proteção, mantendo a vitalidade pulpar e inibindo o processo carioso, além de reduzir a micro infiltração.
CLASSIFICAÇÃO:
  • VEDADOR CAVITÁRIO: para profundidade de 0,1 mm
  • FORRADOR CAVITÁRIO: para profundidade de 0,5 mm
  • BASE PROTETORA: para profundidades entre 0,5 e 2,0 mm

>> VEDADORES:

  • Reduzem a permeabilidade dentinária
  • Não são bactericidas
  • Apresentam baixa proteção elétrica e térmica
  • Vernizes
>> FORRADORES:
  • Protegem a polpar de estímulos externos
  • Apresentam biocompatibilidade
  • Tem ação bactericida
>> BASE PROTETORA:
  • Protege o material de forramento
  • Atua como isolante termoelétrico
  • Diminui a quantidade necessária de material restaurador


Fonte: Proteção do complexo dentino/pulpar de Prof. Dr. Fernando Mandarino e outros.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

PATOLOGIA - FENDAS OROFACIAIS

O que são as fendas orofaciais?

São distúrbios no crescimento dos processos teciduais, ou sua fusão, no qual podem resultar na formação das fendas.

Tipos: 

Fenda Labial

>> Fusão do Processo Nasal Mediano com os Processos Maxilares

>> Pode ser classificado em: COMPLETA (quando atinge o nariz) e INCOMPLETA (quando é restrita ao lábio)

>> Sua etiologia é múltipla e obscura, podendo estar associada a diversos fatores, como por exemplo: fatores genéticos e ambientes, ou até mesmo relacionado com diferentes síndromes de desenvolvimento.

>> Sua ocorrência apresenta uma variação racial considerável

>> Em homens é mais comum encontrarmos Fenda Labial com Fenda Palatina. Já em mulheres, é mais comum a Fenda Palatina.

>> Características Clínicas: 

- 80% das FL são unilaterais
- Lado esquerdo normalmente é o mais afetado
- Apresenta ausência de dentes, e muito raramento, dentes supranumerários.

Resultado de imagem para fenda labial Resultado de imagem para fenda labial

Fenda Palatina

>> Variam de acordo com a gravidade
>> Apresenta como mínima manifestação a úvula fendida ou bífida, e como máxima manifestação podendo envolver palato duro, e mole, ou apenas o palato mole.
>> Forma-se uma fenda na região do palato duro, e mole, que resulta na comunicação da cavidade bucal com a cavidade nasal.

Resultado de imagem para fenda palatina
Paciente com fenda palatina. Imagem retirada do blog cirurgiaoralface.


Lábio Leporino ou Fenda Lábio/Palato

>> São defeitos de nascimento devido a má formação das estruturas
>> Lábio leporino é quando um lábio superior encontra-se separado por causa de uma falha no ligamento do tecido dos lábios.
>> Pode afetar muito a saúde bucal, como no posicionamento dos dentes, tamanho além da estética. 


Fonte: Neville, Colgate.
Imagens retiradas de blog e sites, como asaudeempauta.

domingo, 11 de dezembro de 2016

MATERIAIS DENTÁRIOS - CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO FOTOPOLIMERIZÁVEL

O Cimento de Ionômero de Vidro Fotopolimerizável é um excelente material restaurador, principalmente por sua excelente adesão mas também por liberar flúor, sendo então ideal para selamento cavitário e prevenção de lesões de cárie. Apresenta facilidade para manipular, estética agradável e boas propriedades mecânicas, sendo indicado para dentes que contenham mais de 50% da sua estrutura preservada.
Kit Ionômero de Vidro Vitremer - 3M ESPE
Mas como é realizado o procedimento usando o CIVF? Abaixo está um passo a passo desse simples procedimento, vem com a gente:

  • Lavar ativamente com ácido poliacrílico a cavidade por aproximadamente 15/20 segundos.
  • Lavar com seringa tríplice (água + ar) para remover qualquer resíduo de ácido no local.
  • Aplicar o PREMER na placa de vidro (liquido)
  • Aplicar, utilizando o microbrush, o primer em TODA a cavidade.
  • Jogar jato de ar (não diretamente) por 20 segundos.
  • Fotoativar por 20 segundos.
  • Fazer separação pó/líquido e ver a proporção de 1/1.
  • Agitar o pó “frente e trás” e aplicar na placa de vidro.
  • Aplicar o liquido na posição vertical na placa eliminando as bolhas.
  • Dividir o pó ao meio (duas metades)
  • Incorporar o pó e o liquido com auxilio da espátula n° 24.

a. Espatular 15 segundos a primeira metade
b.  Espatular 30 segundos a segunda metade


  •      Aplicar na cavidade com espátula de inserção n° 1
  •          Da forma ao dente – remover excessos com a colher de dentina
  •      Fotoativar por 40 segundos
  •      Aplicar o finish gloss com microbrush
  •      Caso existe excesso, remova-o.
  •      Fotoativar por 20 segundos